Neste palco pós hippie, roqueiros discípulos do rock pesado e "bicho grilos", admiradores do rock rural, se encontravam em bares e lanchonetes adeptas da filosofia paz e amor, como, Cantinho do Sol, Nevada e Camelão, no Rudge Ramos e Tapiti e Bolotas em São Caetano.
Do outro lado da moeda, o movimento punk começa a surgir nas fábricas e garagens, espalhando ruídos e manifestando-se com agressividade, principalmente no ABC, onde conseguiria grande aceitação entre a classe operária.
As características de subúrbio operário foram fundamentais para a propagação de punks na região, e essa característica tornou-se um divisor de frequência entre os Punks de São Paulo, chamados de Punks da City e os Punks do ABC, ocasionando uma forte rivalidade.
Encontrar uma saída diante do caos urbano e da ditadura militar motivou o surgimento de várias gangues, em especial a gangue Anjos, localizada na periferia de São Bernardo. Esta facção era temida por outras tribos urbanas, devido à intolerância, a postura rebelde, a maneira de se vestir e de se expressar diante da sociedade.
O surgimento do movimento punk no ABC coincide com um cenário de greves, recessão econômica, patrulha ideológica e esta combinação explosiva favoreceu o surgimento de vários grupos de punk rock na região. Baseado nos três acordes do lema faça você mesmo, surgem vários grupos, entre eles, AI-5, Ulster, Falange, Brigada do Ódio, Dose Brutal e Garotos Podres, que iriam atrair facções reacionárias, como, Skinheads e Carecas do Subúrbio.
Nestes dias em que impera o cinismo musical, ainda é possível ouvir os gritos de protesto e os acordes dissonantes destes grupos que não se calaram diante de um oceano de interesses e vaidades.
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