sexta-feira, 18 de março de 2011

A mulher negra brasileira

“A articulação entre o sexismo e o racismo incide de forma
implacável sobre o significado do que é ser uma mulher negra
no Brasil. A partir do racismo e da conseqüente hierarquia
racial construída, ser negra passa a significar assumir uma
posição inferior, desqualificada e menor. Já o sexismo atua na
desqualificação do feminino”.

 Vamos à luta mulheres negras e oprimidas! Ótima Leitura!
Ser mulher e ser negra no Brasil significa está
inserida num ciclo de marginalização e
discriminação social. Isso é resultado de todo um
contexto histórico, que precisa ser analisado na
busca de soluções para antigos estigmas e
dogmas.
A abolição da escravatura sem planejamento e a
sociedade de base patriarcal e machista, resulta
na situação atual, em que as mulheres afrodescendentes são alvo de duplo preconceito, o racial e o de gênero

Ascender socialmente é algo muito difícil para a mulher negra, são muitos
obstáculos a serem superados. O período escravocrata deixou como herança o
pensamento popular, em que, elas só servem para trabalhar como domésticas ou
exibindo seus corpos.
 As que se destacam, tiveram que provar mais vezes do que as mulheres brancas
a sua competência, por isso, é que é possível afirmar que a questão de gênero é um
complicador, mas se esta for somada a questão de raça, o resultado é maior exclusão e
dificuldades.
 Analisando dados de pesquisas realizadas pelo DIEESE e outros órgãos, é
possível verificar que o preconceito resulta em salários mais baixos para os negros em
relação aos brancos, incluindo o item gênero, inferi-se que o homem negro ocupa um
patamar abaixo do da mulher branca quanto ao rendimento salarial. Mas as mulheres
negras se encontram ainda mais abaixo na pirâmide ocupacional.
 No que diz respeito a escolaridade, pesquisa realizada em 2006, revela que entre
as mulheres negras com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo é duas vezes maior
que entre as brancas, no que tange ao trabalho doméstico infantil, 75% das trabalhadoras
são meninas negras.
 Devido à extrema pobreza, as meninas ingressam muito cedo no mercado de
trabalho, sendo exploradas pela sociedade, que sabendo da sua condição financeira,
oprime e humilha. Como é possível verificar, para as mulheres afro-descentes o mercado
reserva as posições menos qualificadas, os piores salários, a informalidade e o
desrespeito.
 Apesar dos avanços alcançados pelas mulheres no mercado de trabalho,
ocupando posições importantes a nível profissional, este avanço é muito reduzido quando
se observa o universo negro. Há poucas mulheres negras trabalhando como executivas,
médicas, enfermeiras, juízas, dentre outras profissões de destaque; o que se verifica
ainda é a grande maioria realizando trabalhos domésticos e recebendo baixos salários.
 Mesmo as que possuem diploma universitário, sofrem as discriminações do
mercado. Muitas não conseguem exercer a profissão que se dedicaram na universidade
e sem opção continuam exercendo as mesmas profissões de outrora

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